A discórdia e a desunião, num parlamento que deveria ser guardado pela harmonia entre seus pares, reinam absolutas agora, campeando nos verdejantes campos da luta pelo Poder.
Ontem,27, foi o que ficou latente em mais uma tumultuada sessão ordinária.
Os parlamentares da situação chegaram querendo que Expedito, pela segunda vez, lê-se em plenário a denúncia feita por Horácio Maciel que visa destituí-lo da presidência e, mais adiante, cassar o mandato de Carneiro.
Não rolou.
Expedito determinou que antes da leitura da denúncia, que colocou na ‘ordem do dia’, seria lido o parecer do Tribunal de Contas do Estado que aprovou, com ressalvas, as contas de Biné, ou seja, fazendo isso o rito seria primeiro o da aprovação das contas e só ao final a leitura de ordem do juiz de Codó.
Leonel Filho começou a protestar gravando tudo em um celular enquanto discutia com Expedito:
‘Eu tô cumprindo, eu to cumprindo’ – dizia Expedido
“Tá cumprindo nada, tá complicado’ – retrucava Leonel
Logo depois surgiu uma nova discussão. Por meio de um recurso, o presidente conseguiu afastar, por decisão do desembargador Guerreiro Junior, Cleane do Edson Cobel e Domingos Reis da sessão plenária desta terça-feira.
O desembargador considerou os dois suspeitos por terem acompanhado Horácio no dia da denúncia protocolada na Câmara. Na opinião dos opositores do presidente isso foi uma armação para que não houve 12 votos necessários à reprovação das contas de Biné.
Sem microfones, pois, realmente, Expedito fazia sinal para o operador de áudio para deixar aberto só os de quem ele autorizasse, o vereador delegado Rômulo gritava ao público tentando explicar a situação.
“As contas do Biné vão ter maioria porque é 2/3, tem que ter 12, ele quer que tenha só 11, é isso que ele quer. Ele foi intimado dessa decisão, ele quer fazer por cima da lei (…) se os 17 votar, aí tudo bem. Ele tá dizendo que dois não vão votar, a maioria é que decide, outra coisa se ele não aceitar a gente vai pedir a substituição pelos suplentes, suplente tem que assumir pra votar. Ninguém é louco de votar esse processo com 11 a favor, tem que ter maioria de 12, ninguém vai cair nessa piada”, dizia
Resultou que Expedito pediu à dois vereadores, de sua oposição, para lerem o parecer do TCE, acabou nomeando um aliado, Pedro Santos, para a referida leitura.
Quando ele começou alguns vereadores se revoltaram e tentaram tirar os documentos lidos das mãos de dele, neste momento houve a plateia se agitou e a PM teve que agir para garantir a segurança de Pedro Santos.
Controlada a situação, todos os vereadores opositores de Expedito Carneiro se retiraram do plenário.
Ficaram apenas quatro – Expedito, Rodrigo Figueiredo, Pedro Santos e Nonato Sampaio. A sessão continuou.
“Normalmente, os vereadores todos assinaram a presença, tiveram aqui no parlamento e nós vamos seguir o rito e vamos continuar esta sessão conforme, respeitando a decisão judicial”
Desta forma os presentes acabaram aprovando as contas de Biné que continua elegível. Obviamente que esta sessão ainda será questionada na Justiça, mas até que ela seja objeto de uma sentença é o que está valendo em meio à confusão que se tornou o parlamento municipal de Codó. VÍDEO