Repercute intensamente nas redes sociais e demais meios de comunicação de todo o país, o triste episódio de Feira Nova do Maranhão, cidade localizada no sul do estado, a 783 km de São Luís, quando uma idosa, Antônia Conceição, foi assassinada a pauladas na madrugada de sábado (17).
As investigações ainda não foram concluídas, mas, segundo o delegado Regional de Balsas, Fagno Vieira, que está à frente do caso, disse que o valor de R$ 30 desapareceu da residência da vítima após a sua morte, o que leva a crer que foi crime de latrocínio
O delegado Fagno Vieira disse que ainda estão sendo ouvidas pessoas da família e que até o fim desta semana a polícia poderá dar o caso por encerrado, mas conta que, por enquanto, nada será levado a público para não atrapalhar as investigações.
Em tempo:
Desde que mundo é mundo que a maldade campeia no meio dos homens e os desígnios divinos, pelo menos para aqueles que acreditam num ser superior, não se deve questioná-los, mas fica no ar uma pergunta: como uma pessoa pode viver 106 anos e ser depois barbaramente assassinada por causa de 30 reais?
Esse sinistro me fez lembrar ‘Crime e Castigo’, de Dostoiévski, um dos maiores romances da história que tem como uma característica o fato de ser um livro que reproduz a angústia psicológica de um personagem que desde o início já sabemos ser um assassino, a história de Raskólnikov, um estudante que vive de aluguel em um pequeno apartamento, de propriedade de um idosa usurária, a qual ele acaba lhe tirando a vida.
Ninguém sabe que ele matou a usurária. Foi, na verdade, um crime perfeito. Mas aí entra a grande questão: como superar o sentimento de culpa que nunca foi descrito em nenhum livro que ele leu? Matar milhares em nome da humanidade talvez seja mais fácil do que matar um único ser humano, e isso Raskólnikov não previu. Outro aspecto psicológico do assassino entra em cena que é o desejo de ser punido. Quando a polícia começa a investigar o crime, Raskólnikov não é o primeiro suspeito, mas no momento em que ele vai ser interrogado pelo juiz Porfiri Pietróvitch, todo o romance muda de cena.
Por Josué Moura