Nós gravamos uma entrevista com uma moradora do distrito de Cajazeiras. Infelizmente o nome dela não ficou gravado no aúdio e o papel onde a identifiquei perdi, mas sua fala é muito importante porque demonstra a realidade daquele povoado que tem pretensões de se transformar em cidade.
A senhora entrevista na porta do Banco do Nordeste enquanto esperava para entrar sentada na calçada começou sugerindo coisas que poderiam melhorar a vida de todos por lá.
“Uma lotérica, um banco, uma boa loja, uma boa farmácia, que isso nem tem mesmo, bota, com pouca não tem mais, vão tudo embora”, disse
A SAÚDE EM CAJAZEIRAS
Depois a aposentada respondeu perguntas nossas sobre saúde pública, uma vez que o distrito fica a mais de 80 kms da sede do município. Tem posto, respondeu, mas não tem médico a semana toda ( nem toda semana tem), muito menos medicamento.
– TEM UM POSTO DE SAÚDE BOM LÁ? tem, posto de saúde tem agora só que bom não é não porque não tem remédio, não tem doutor, não tem doutor assim diário, todo dia, tem por semana, né, um dia por semana, dois…UM DIA POR SEMANA? É, um dia por semana, as vezes ele (médico) chega num dia e vai embora no outro”, respondeu
AS OPÇÕES
– E NA HORA QUE ADOECE, 80 KMS DE ESTRADA? Vai pro São João (do Sóter), vem aqui pro Codó, vai pra lá também, mas pra lá é pouco porque não tem medicamento”, responde
MORRE NO CAMINHO
São João do Sóter fica mais próximo, mas quem se arrisca a buscar a saúde pública na cidade de Codó corre o risco de ‘bater as botas’ na estrada, dado a distância. Obviamente que não há relatos de que isso já tenha ocorrido, e não queremos que ocorra, mas fica o alerta vindo de alguém que já sofre há décadas por causa desta situação ridícula.
- O QUE MELHORIA LÁ PRA VOCÊS? Meu irmão, primeiro lugar se tivesse médico de plantão, né, e os remédios, pessoa adoecendo dentro do local, corria pra lá e adiquiria o remédio pra tomar…DO JEITO QUE É TEM QUE CORRER 80 KMS ATRÁS DA SAÚDE? É, do jeito que é tem que correr pro São João (do Sóter) ou pra cá pra Codó…E SE NÃO DÉ TEMPO CHEGAR? morre no caminho, morre no caminho”
por Acelio Trindade